Greve só termina com sanção de alíquota zero do PIS-Cofins, diz Abcam

No entanto, a notícia de que o presidente do Senado, Eunício Oliveira, deixou a capital para cumprir agenda no Ceará irritou uma liderança dos caminhoneiros: 'quer ver o circo pegar fogo'
Brasil - O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse nesta quinta-feira que a mobilização dos caminhoneiros nas rodovias do país só será encerrada quando o presidente Michel Temer sancionar e publicar, no Diário Oficial da União, a decisão de zerar a alíquota do PIS-Cofins incidente sobre o diesel.
Para poder ser sancionada pelo presidente, a medida precisa, antes, ser aprovada pelo Senado. 
No entanto, outra notícia irritou o presidente da Abcam: o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), deixou a capital federal na manhã desta quinta-feira para uma agenda no Ceará. José da Fonseca Lopes, disse que, sem a presença do presidente do Senado para tentar aprovar a redução dos impostos sobre o diesel, a chance de o movimento terminar nesta quinta-feira cai de até 90% para 5%.

























Nas entrevistas, apareceram os presidentes da Câmara e do Senado bonitinhos. Agora, um agiu e outro já na casa dele tomando uisquinho', disse o presidente da Abcam - Marcos Brandão/Senado Federal
"Se o presidente do Senado viajou para o Ceará, é porque quer ver o circo pegar fogo. Ele também será responsabilizado", disse.
"A informação sobre a viagem de Eunício me deixou preocupado porque pode gerar caos nesse País", acrescentou Lopes. "Fiquei com um sentimento de revolta. Nas entrevistas, apareceram os presidentes da Câmara e do Senado bonitinhos em frente às câmeras para dizer que vamos resolver isso. Agora, um agiu (para aprovar) e outro já na casa dele tomando uisquinho com água de coco, não é por aí. E a gente aqui comendo o pão que o diabo amassou", disse. "Se for isso aí, a coisa não vai ficar boa", completou.
Segundo Fonseca, os caminhoneiros não estão proibindo a passagem de veículos que transportam itens essenciais como remédios nem cargas vivas, produtos perecíveis ou oxigênio para hospital. Ônibus com passageiros e ambulâncias também estão podendo passar pelos bloqueios.
"Não são só os caminhoneiros que estão sendo prejudicados pela alta dos combustíveis. Isso está prejudicando todo mundo, inclusive temos recebido mensagens via redes sociais para continuarmos mantendo o movimento. Há insatisfação da sociedade com o governo", disse.
O representante dos caminhoneiros voltou a criticar a política de preço da Petrobras. “A equiparação com o preço internacional [do petróleo] foi a pior medida que podia ser feita.”


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