Testemunha que chorou de medo levou à prisão de Paulo Preto
Paulo Preto, ex-diretor da Dersa
Uma testemunha que ligou
chorando para o Ministério Público Federal de São Paulo, dizendo ter medo de
depor, embasou a nova ordem de prisão do engenheiro Paulo Vieira de Souza,
conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa apontado como operador do PSDB.
O homem, que acabou prestando depoimento em sala separada dos réus e sem a
divulgação de suas imagens, relatou como ficou sabendo de desvios em programas
de reassentamento da empresa da Desenvolvimento Rodoviário S/A.
Acusado pelo desvio de
recursos de R$ 7,7 milhões da Dersa, entre 2009 e 2011 (governos Serra e
Alckmin), Vieira de Souza foi preso nesta quarta-feira, 30, por ordem da juíza
Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
Um ex-chefe de
departamento da companhia, Geraldo Casas Vilela, também teve prisão decretada.
Logo cedo, agentes da Polícia Federal foram à casa de Vilela, mas ele não
estava. Seu advogado, Fernando Araneo, informou que Vilela está viajando, mas
vai se apresentar à PF.
Além da ação penal por
desvios de R$ 7,7 milhões em reassentamentos para obras do Rodoanel Trecho Sul,
Vieira de Souza é investigado por supostamente operar propinas para o PSDB.
Ex-executivos das
empreiteiras Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez relataram à Polícia Federal
terem feito repasses de 0,75% ao ex-diretor da Dersa no âmbito de verbas para
construção do Rodoanel.
Em cooperação com
autoridades Suíças, a Lava Jato descobriu conta atribuída a Souza com R$ 113
milhões não declarados. O ex-diretor da Dersa havia sido preso em 6 de abril.
Ficou em regime preventivo até 11 de maio quando foi solto pelo ministro Gilmar
Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
Segundo a decisão
judicial que manda prender o suposto operador tucano, a medida é necessária
para “assegurar a instrução criminal”. Na representação pela prisão de Vieira
de Souza, o Ministério Público Federal sustentou as reiterações de ameaças por
parte dos réus.
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