A Seleção e seu jeito estranho de lidar com o torcedor teresopolitano
Fãs da Seleção se
aglomeram na Granja Comary para tentar ver os jogadores
A presença da Seleção
Brasileira por uma semana em Teresópolis, para o início dos treinos visando ao
Mundial da Rússia, expôs mais uma vez o que já é sintomático na relação da
equipe com o público: a falta de sensibilidade da direção da CBF, da comissão
técnica e também dos atletas para retribuir o carinho recebido dos torcedores.
Isso ficou evidente de novo na manhã deste sábado (26), na cidade serrana do
Rio.
De folga para se
reapresentarem no domingo (27) na sede da CBF, no Rio, alguns jogadores
deixaram a concentração da Seleção em dois micro-ônibus, com vidros escuros. Na
saída do local, cerca de 50 crianças e adolescentes esperavam para vê-los
passar. Acenaram para as janelas dos veículos, mas ninguém lá de dentro se
preocupou em abri-las, nem que fosse para um rápido adeus ou um simples piscar
de olhos.
Esse distanciamento foi
alimentado pela CBF em Teresópolis, que permitiu a entrada nos treinos de
jovens convidados dos patrocinadores da entidade, mas deixou fora outros
tantos, aglomerados na entrada da Granja Comary. Obviamente, muitos fãs
não entenderam o motivo da escolha de um público seletivo com acesso liberado.
A discrepância já havia
começado na apresentação do grupo, na segunda-feira (21). Em vez de subir a
serra no ônibus da delegação, os jogadores embarcaram dos aeroportos do
Rio em helicópteros para chegar em Teresópolis. Impediu-se assim a costumeira
recepção calorosa da torcida pelas ruas da cidade.
A CBF disse que a medida
era para evitar o desgaste da maioria deles, que vinham de viagens da
Europa. No ônibus confortável da confederação, com batedores, eles
estariam na concentração em menos de uma hora e meia. Neste sábado, vários
jogadores, entre os quais Neymar, viajaram para o Rio novamente em
helicópteros.
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